O motivo
principal por que na antiga Lei
eram lícitas as perguntas feitas a
Deus, e convinha aos profetas e
sacerdotes desejarem visões e
revelações divinas, era não estar
ainda bem fundada a fé nem
estabelecida a Lei evangélica. Era
assim necessário que se
interrogasse a Deus e ele
respondesse, ora por palavras, ora
por visões e revelações, ora por
meio de figuras e símbolos ou
finalmente por muitas outras
maneiras de expressão. Porque tudo
o que respondia, falava e
revelava, eram mistérios da nossa
fé ou verdades que a ela se
referiam ou a ela conduziam.
Agora,
já estando firmada a fé em Cristo
e promulgada a Lei evangélica
nesta era de graça, não há mais
razão para perguntar a Deus,
daquele modo, nem para que ele
responda como antigamente. Ao
dar-nos, como nos deu, o seu
Filho, que é a sua única Palavra
(e não há outra), disse-nos tudo
de uma vez nessa Palavra e nada
mais tem a dizer.
É
este o sentido do texto em que São
Paulo busca persuadir os hebreus a
se afastarem daqueles primitivos
modos de tratar com Deus,
previstos na lei de Moisés, e a
fixarem os olhos unicamente em
Cristo, dizendo: Muitas vezes e de
muitos modos falou Deus outrora
aos nossos pais, pelos profetas;
nestes dias, que são os últimos,
ele nos falou por meio de seu
Filho (Hb 1,1-2). Por estas
palavras o Apóstolo dá a entender
que Deus emudeceu, por assim
dizer, e nada mais tem a falar,
pois o que antes dizia em parte
aos profetas, agora nos revelou no
todo, dando-nos o Tudo, que é o
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