A oração, o diálogo com Deus, é um bem incomparável, porque
nos põe em comunhão íntima com Deus. Assim como os olhos do corpo
são iluminados quando recebem a luz, a alma que se eleva para Deus é
iluminada por sua luz inefável. Falo da oração que não é só uma
atitude exterior, mas que provém do coração e não se limita a
ocasiões ou horas determinadas, prolongando-se dia e noite, sem
interrupção.
Com efeito, não devemos orientar
o pensamento para Deus apenas quando nos aplicamos à oração; também
no meio das mais variadas tarefas - como o cuidado dos pobres, as
obras úteis de misericórdia ou quaisquer outros serviços do próximo
- é preciso conservar sempre vivos o desejo e a lembrança de Deus. E
assim, todas as nossas obras, temperadas com o sal do amor de
Deus, se tornarão um alimento dulcíssimo para o Senhor do universo.
Podemos, entretanto, gozar continuamente em nossa vida do bem que
resulta da oração, se lhe dedicarmos todo o tempo que nos for
possível.
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