Querendo mostrar a necessidade de estarmos unidos a ele pelo amor, e
a grande vantagem que nos vem desta união, o Senhor afirma que é a
videira. Os ramos são os que, já se tornaram participantes da sua
natureza pela comunicação do Espírito Santo. De fato, é o Espírito
de Cristo que nos une a ele.
A adesão a esta
videira nasce da boa vontade; a união da videira conosco procede do
seu afeto e natureza. Foi, de fato, pela boa vontade que nos
aproximamos de Cristo, mediante a fé; mas participamos da sua
natureza por termos recebido dele a dignidade da adoção filial.
Pois, segundo São Paulo, quem adere ao Senhor torna-se com ele um só
espírito (1Cor 6,17).
Do mesmo modo, o autor
sagrado, noutro lugar da Escritura, dá ao Senhor o nome de alicerce
e fundamento. Sobre ele somos edificados como pedras vivas e
espirituais, para nos tornarmos, pelo Espírito Santo, habitação de
Deus e formarmos um sacerdócio santo. Entretanto, isto só será
possível se Cristo for nosso fundamento. A mesma coisa vem expressa
na analogia da videira: Cristo afirma ser ele próprio a videira e,
por assim dizer, a mãe e a educadora dos ramos que dela
brotam.
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