Ilustríssima
senhora, peço
que recebas a
graça do
Espírito Santo
e a sua
perpétua
consolação.
Quando recebi
tua carta,
ainda me
encontrava
nesta região
dos mortos.
Mas agora,
espero ir em
breve louvar a
Deus para
sempre na
terra dos
vivos. Pensava
mesmo que a
esta hora já
teria dado
esse passo. Se
é caridade,
como diz São
Paulo, chorar
com os que
choram e
alegrar-se com
os que se
alegram (cf.
Rm 12,15), é
preciso, mãe
ilustríssima,
que te alegres
profundamente
porque, por
teus méritos,
Deus me chama
à verdadeira
felicidade e
me dá a
certeza de
jamais me
afastar do seu
temor...
Por
conseguinte,
ilustríssima
senhora,
considera bem
e toma cuidado
em não ofender
a infinita
bondade de
Deus. Isto
aconteceria se
chorasses como
morto aquele
que vai viver
perante a face
de Deus e que,
com sua
intercessão,
poderá
auxiliar-te
incomparavelmente
mais do que
nesta vida.
Esta separação
não será
longa; no céu
nos tornaremos
a ver. Lá,
unidos ao
autor da nossa
salvação,
seremos
repletos das
alegrias
imortais,
louvando-o com
todas as
forças da
nossa alma e
cantando
eternamente as
suas
misericórdias.
Se Deus toma
de nós aquilo
que havia
emprestado,
assim procede
com a única
intenção de
colocá-lo em
lugar mais
seguro e fora
de perigo, e
nos dar
aqueles bens
que desejamos
dele receber.
Disse
tudo isto,
ilustríssima
senhora, para
ceder ao
desejo que
tenho de que
tu e toda a
minha família
considereis
minha partida
como um feliz
benefício. Que
a tua bênção
materna me
acompanhe na
travessia
deste mar, até
alcançar a
margem onde
estão todas as
minhas
esperanças.
Escrevo isto
com alegria
para dar-te a
conhecer que
nada me é
bastante para
manifestar com
mais evidência
o amor e a
reverência que
te devo, como
um filho à sua
mãe.
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