Coisa 
            admirável o ter Deus feito chover o maná para sustentar com o 
            alimento celeste os patriarcas. Por isso se disse: O homem comeu o 
            pão dos anjos. No entanto, aqueles que comeram deste pão, todos eles 
            morreram no deserto; o alimento, porém, que tu recebes, pão vivo que 
            desceu do céu, comunica a substância da vida eterna e quem quer que 
            dele comer não morrerá eternamente, pois é o corpo de 
            Cristo.
    Considera agora qual deles é de maior 
            valor: o pão dos anjos ou a carne de Cristo, que é o corpo da vida. 
            Aquele maná vem do céu; este está acima do céu. Aquele, do céu; 
            este, do Senhor dos céus. Aquele é corruptível, se guardado para o 
            dia seguinte; este é totalmente imune de corrupção e quem o tomar 
            piedosamente não poderá experimentar a corrupção. Para aqueles 
            brotou a água da pedra; para ti, o sangue de Cristo. Àqueles, por um 
            momento, a água saciou; a ti o sangue do Senhor refresca para 
            sempre. O povo antigo bebe e tem sede; tu, ao beberes, não podes 
            mais sentir sede, pois, de fato, aquilo era sombra, enquanto isto é 
            realidade.
    Se já admiras a sombra, qual não 
            será tua admiração da realidade? Escuta como é sombra o acontecido 
            aos patriarcas: Bebiam da pedra que os seguia; a pedra era Cristo. 
            Mas Deus não se agradou de muitos deles, pois caíram mortos no 
            deserto. Estas coisas foram feitas em figura para nós. Conheces 
            agora o que tem maior valor: a luz supera a sombra; a realidade, a 
            figura; o corpo do Criador vale mais do que o maná do 
            céu.
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