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segunda-feira, 11 de março de 2013

Da Carta Apostólica Mulieris Dignitatem de João Paulo II

Em todo o ensinamento de Jesus, como também no seu comportamento, não se encontra nada que denote a discriminação, própria do seu tempo, da mulher. Ao contrário, as suas palavras e as suas obras exprimem sempre o respeito e a honra devidos à mulher... Este modo de falar às mulheres e sobre elas, assim como o modo de tratá-las, constitui uma clara «novidade» em relação aos costumes dominantes do tempo...
 
É significativo o comportamento de Jesus no fato descrito no Evangelho de João 8, 3-11 (a mulher surpreendida em adultério). Talvez em poucos momentos como neste se manifesta o seu poder — o poder da verdade — a respeito das consciências humanas. Jesus está tranquilo, recolhido, pensativo. A sua consciência, aqui como no colóquio com os Fariseus (cf. Mt 19, 3-9), não estará talvez em contato com o mistério do «princípio», quando o homem foi criado homem e mulher, e a mulher foi confiada ao homem com a sua diversidade feminina, e também com a sua potencial maternidade?

Também o homem foi confiado pelo Criador à mulher. Foram reciprocamente confiados um ao outro como pessoas feitas à imagem e semelhança do próprio Deus. Nesse ato de confiança está a medida do amor, do amor esponsal: para tornar-se «um dom sincero» um para o outro, é preciso que cada um dos dois se sinta responsável pelo dom. Esta medida destina-se aos dois — homem e mulher — desde o «princípio».

Após o pecado original, forças opostas operam no homem e na mulher, por causa da tríplice concupiscência, «fonte do pecado». Essas forças agem no interior do homem. Por isso Jesus dirá no Sermão da montanha: «todo aquele que olhar para uma mulher com mau desejo, já com ela cometeu adultério no seu coração» (Mt 5, 28). Estas palavras, dirigidas diretamente ao homem, mostram a verdade fundamental da sua responsabilidade em relação à mulher: pela sua dignidade, pela sua maternidade, pela sua vocação. Mas, indiretamente, elas se referem também à mulher.

Cristo fazia tudo o que estava ao seu alcance para que — no âmbito dos costumes e das relações sociais daquele tempo — as mulheres reconhecessem no seu ensinamento e no seu agir a subjetividade e dignidade que lhes são próprias. Tendo por base a eterna «unidade dos dois», esta dignidade depende diretamente da própria mulher, como sujeito responsável por si, e é ao mesmo tempo «dada como responsabilidade» ao homem. Coerentemente Cristo apela para a responsabilidade do homem.

Na presente meditação sobre a dignidade e a vocação da mulher, hoje, é preciso referir-se necessariamente à impostação que encontramos no Evangelho. A dignidade da mulher e a sua vocação — como, de resto, a do homem — encontram a sua vertente eterna no coração de Deus e, nas condições temporais da existência humana, estão estreitamente conexas com a «unidade dos dois». Por isso, cada homem deve olhar para dentro de si e ver se aquela que lhe é confiada como irmã na mesma humanidade, como esposa, não se tenha tornado objeto de adultério no seu coração; se aquela que, sob diversos aspectos, é o co-sujeito da sua existência no mundo, não se tenha tornado para ele «objeto»: objeto de prazer, de exploração...

O modo de agir de Cristo, o Evangelho de suas obras e palavras é um protesto coerente contra tudo quanto ofende a dignidade da mulher. Por isso, as mulheres que se encontram perto de Cristo reconhecem-se a si mesmas na verdade que ele «ensina» e que ele «faz», também quando esta verdade versa sobre a «pecaminosidade» delas. Sentem-se «libertadas» por esta verdade, restituídas a si mesmas: sentem-se amadas de «amor eterno», por um amor que encontra direta expressão no próprio Cristo. 

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