SEJAM BEM VINDOS!

Povo de Deus, este Blog tem a intencão de divulgar a devoção a Nossa Senhora da Rosa Mística. Que Maria abençoe a todos com suas graças e muitos dons para podermos evangelizar e colocar no caminho da salvação nossos irmãos queridos.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Tratado da Verdadeira Devoção a Maria (37-39)

Artigo Segundo
CONSEQÜÊNCIAS
PRIMEIRA CONSEQÜÊNCIA
Maria, Rainha dos Corações



37. Do que ficou dito deve-se tirar, evidentemente, duas conclusões: Em primeiro lugar, que Maria recebeu de Deus um grande poder sobre as almas dos eleitos. Ela não pode fazer neles a sua morada, como Deus Pai lho ordenou; formá-los, alimentá-los e gerá-los para a vida eterna como sua mãe; recebê-los por sua herança e quinhão; formá-los em Jesus Cristo e a Jesus Cristo neles; lançar nos seus corações a raiz das suas virtudes e ser a companheira inseparável do Espírito Santo nas obras de sua graça; não pode, repito, fazer tudo isto se não tiver direito e poder sobre as suas almas. Por singularíssima graça, o Altíssimo, tendo-lhe dado o poder sobre o seu Filho Único e natural, lho deu também sobre os Seus filhos adotivos, e isto não somente quanto ao corpo, o que seria pouco, mas também quanto à alma.

38. Maria é Rainha do Céu e da Terra por graça, como Jesus Cristo o é por natureza e conquista. Ora, assim como o Reino de Jesus Cristo consiste principalmente no coração ou interior do homem, segundo estas palavras: “O Reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17, 21), assim também o Reino da Santíssima Virgem está principalmente no interior do homem, isto é, na sua alma. É sobretudo nas almas que Ela é mais glorificada com seu Filho do que em todas as criaturas visíveis, e podemos chamá-la, com os santos, Rainha dos corações. 

SEGUNDA CONSEQÜÊNCIA
Maria é necessária aos homens para conseguir a salvação

39. Em segundo lugar, sendo a Santíssima Virgem necessária a Deus, duma necessidade que se chama hipotética, em conseqüência da Vontade Divina, é preciso concluir que Ela é muito mais necessária aos homens para alcançarem o seu fim último. Em razão disto não se deve confundir a Devoção à Santíssima Virgem com a devoção aos outros Santos, como se Ela não fosse muito mais necessária, e fosse apenas de superrogação, isto é, um acréscimo.

31 de maio


Vinde e escutai, todos os que temeis a Deus, e eu vos direi tudo o que o Senhor fez por mim (Sl 65,16) 

Oferecimento do dia
Deus, nosso Pai, eu te ofereço todo o dia de hoje: minhas orações e obras, meus pensamentos e palavras, minhas alegrias e sofrimentos, em reparação de nossas ofensas, em união com o Coração de teu Filho Jesus, que continua a oferecer-se a Ti, na Eucaristia, pela salvação do mundo. Que o Espírito Santo, que guiou a Jesus, seja meu guia e meu amparo neste dia, para que eu possa ser testemunha do teu amor.

Com Maria, Mãe de Jesus e da Igreja, rezo especialmente pelas intenções do Santo Padre para este mês e também em reparação ao Sagrado Coração de Jesus

Oração do dia
Ó Deus, todo-poderoso, que inspirastes à virgem Maria sua visita a Isabel, levando no seio o vosso Filho, fazei-nos dóceis ao Espírito Santo, para cantar com ela o vosso louvor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
  Engrandece o Senhor a alma daquele que consagra todos os sentimentos da sua vida interior ao louvor e ao serviço de Deus; e, pela observância dos mandamentos, revela pensar sempre no poder da majestade divina. Exulta em Deus, seu Salvador, o espírito daquele que se alegra apenas na lembrança de seu Criador, de quem espera a salvação eterna.
            Embora estas palavras se apliquem a todas as almas santas, adquirem contudo a mais plena ressonância ao serem proferidas pela santa Mãe de Deus. Ela, por singular privilégio, amava com perfeito amor espiritual aquele cuja concepção corporal em seu seio era a causa de sua alegria.
            Com toda razão pôde ela exultar em Jesus, seu Salvador, com júbilo singular, mais do que todos os outros santos, porque sabia que o autor da salvação eterna havia de nascer de sua carne por um nascimento temporal; e sendo uma só e mesma pessoa, havia de ser ao mesmo tempo seu Filho e seu Senhor.
Das Homilias de São Beda, o Venerável, presbítero

Hino das I Vésperas da Solenidade de Corpus Christi

Vamos todos louvar juntos
o mistério do amor,
pois o preço deste mundo
foi o sangue redentor,
recebido de Maria,
que nos deu o Salvador.

Veio ao mundo por Maria,
foi por nós que ele nasceu.
Ensinou sua doutrina,
com os homens conviveu.
No final de sua vida,
um presente ele nos deu.

Observando a Lei mosaica,
se reuniu com os irmãos.
Era noite. Despedida.
Numa ceia:refeição.
Deu-se aos doze em alimento,
pelas suas próprias mãos.

A Palavra do Deus vivo
transformou o vinho e o pão
no seu sangue e no seu corpo
para a nossa salvação.
O milagre nós não vemos,
basta a fé no coração.

Tão sublime sacramento
adoremos neste altar,
pois o Antigo Testamento
deu ao Novo seu lugar.
Venha a fé por suplemento
os sentidos completar.

Ao Eterno Pai cantemos
e a Jesus, o Salvador.
Ao Espírito exaltemos,
na Trindade, eterno amor.
Ao Deus Uno e Trino demos
a alegria do louvor
.


quarta-feira, 29 de maio de 2013

O tratado da verdadeira devoção, segundo São Luís Maria Montfort (30-36)

Deus por Pai, Maria por Mãe

30. Como na geração natural e corporal há um pai e uma mãe, assim também na geração sobrenatural e espiritual há um pai, que é Deus, e uma mãe, que é Maria. Todos os verdadeiros filhos de Deus e predestinados têm a Deus por pai e a Maria por mãe; e quem a não tem por mãe, não tem Deus por pai. Eis porque os réprobos, como os heréticos, os cismáticos etc., que odeiam ou olham com desprezo ou com indiferença a Santíssima Virgem, não têm Deus por pai, ainda que disto se gloriem, porque não têm Maria por mãe. Pois se a tivessem por mãe, honrá-la-iam e amá-la-iam como um verdadeiro e bom filho ama e honra naturalmente sua mãe, que lhe deu a vida.
O sinal mais infalível e indubitável para distinguir um herético, um homem de má doutrina, um réprobo de um predestinado, é que o herético e o réprobo não têm senão desprezo ou indiferença pela Santíssima Virgem. Com suas palavras e exemplos, abertamente ou às ocultas, esforçam-se por lhe diminuir o culto e o amor, e isso por vezes sob belos pretextos.
Ah! Deus Pai não disse a Maria para habitar com eles, porque são Esaús.
 
31. Deus Filho quer ser formado e, por assim dizer, encarnar todos os dias por intermédio de sua muito amada Mãe, nos Seus membros, e diz-lhe: “Recebe Israel por herança” (Eclo 24, 13). É como se dissesse: Meu Pai deu-me por herança todas as nações da Terra, todos os homens, bons e maus, predestinados e réprobos. Conduzirei uns com vara de ouro e outros com vara de ferro. Serei Pai e Advogado de uns, Justo Vingador de outros e Juiz de todos. Mas Vós, minha Mãe, não tereis por herança e posse senão os predestinados, de quem Israel é figura. Como sua boa mãe os dareis à luz, os alimentareis e educareis; como sua soberana os conduzireis, governareis e defendereis.
 
32. “Um homem e um homem nasceu d'Ela” (Sl 86, 5), diz o Espírito Santo. Segundo a explicação de alguns Santos Padres, o primeiro homem que nasceu de Maria foi o Homem-Deus, Jesus Cristo; o segundo é um homem impuro, filho de Deus e de Maria por adoção. Se Jesus Cristo, cabeça dos homens, nasceu d'Ela, todos os predestinados, membros desta cabeça, também d'Ela devem nascer, por uma consequência necessária.
A mesma mãe não pode dar à luz a cabeça ou o chefe sem os membros, nem os membros sem a cabeça: isso seria uma monstruosidade da natureza. Do mesmo modo, na ordem da graça, a cabeça e os membros nascem também duma só mãe. Se um membro do Corpo Místico de Jesus Cristo, quer dizer, um predestinado, nascesse de outra mãe que não fosse Maria, que gerou a Cabeça, não seria um predestinado nem um membro de Jesus Cristo, mas sim um monstro na ordem da graça.

33. Além disso, Jesus Cristo é hoje, como aliás sempre, o fruto de Maria, como o Céu e a Terra lho repetem mil e mil vezes por dia: “... bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus”.
Por isso é certo que Jesus Cristo é tão realmente o fruto e a obra de Maria para cada homem em particular, que o possui, como para todo o mundo em geral. De maneira que, se algum fiel tem Jesus Cristo formado no seu coração, pode dizer ousadamente: “Graças a Maria! O que eu possuo é fruto e obra sua, e sem Ela não o teria”. Podem aplicar-se à Santíssima Virgem, com mais verdade ainda do que São Paulo as aplicava a si próprio, estas palavras: “Filhinhos meus, por quem eu sinto de novo as dores do parto, até que Cristo
se forme em vós” (Gl 4, 19): Todos os dias dou à luz os filhos de Deus, até que meu Filho Jesus Cristo seja neles formado em toda a plenitude da sua idade. Santo Agostinho, ultrapassando-se a si mesmo e a tudo o que eu acabo de dizer, afirma que os predestinados, para se tornarem conformes à imagem do Filho de Deus, vivem neste mundo escondidos no seio da Santíssima Virgem. Lá são guardados, alimentados, sustentados e criados por esta boa Mãe, até que Ela os gere para a glória depois da morte. Este é propriamente o dia do seu nascimento, pois é assim que a Igreja chama a morte dos justos.
Ó Mistério de graça, escondido aos réprobos e tão pouco conhecido dos predestinados!
 
34. Deus Espírito Santo quer formar n'Ela e por Ela eleitos, e diz-lhe: “Lança raízes entre os meus escolhidos” (Eclo 24, 13). Ó minha bem-amada e minha esposa, lança as raízes de todas as tuas virtudes nos meus eleitos, a fim de que eles cresçam de virtude em virtude e de graça em graça. Tive tanta complacência em Ti, quando vivias na Terra, praticando as mais sublimes virtudes, que desejo encontrar-te ainda na Terra, sem que deixes de estar no Céu. Reproduze-te, para isso, nos meus eleitos: que Eu possa ver neles, com agrado, as raízes da tua fé invencível, da tua humildade profunda, da tua mortificação universal, da tua oração sublime e ardente caridade, da tua firme esperança e de todas as tuas virtudes. Tu continuas a ser minha esposa tão fiel, tão pura e tão fecunda como nunca. Que a tua fé me dê fiéis; dê-me virgens a tua pureza, e
a tua fecundidade, eleitos e templos.

35. Depois de lançar as suas raízes numa alma, Maria opera nela maravilhas de graça que só Ela pode produzir, pois só Ela é a Virgem Fecunda que tem sido e será sempre sem igual em pureza e fecundidade.
Maria produziu, com o Espírito Santo, a maior maravilha de quantas existiram ou existirão: o Homem-Deus. Produzirá ainda, consequentemente, as coisas mais admiráveis que hão de existir nos últimos tempos. A formação e educação dos grandes santos, que hão de vir no fim do mundo, estão-lhe reservadas, pois só esta Virgem Singular e Miraculosa pode produzir, em união com o Espírito Santo, coisas singulares e extraordinárias.

36. Tendo-a encontrado numa alma, o Espírito Santo, seu Esposo, voa para lá, entra plenamente e comunica-se a essa alma abundantemente e na mesma medida em que ela dá lugar a Maria. Uma das grandes razões por que o Espírito Santo não opera agora maravilhas retumbantes nas almas é que não encontra nelas uma união bastante íntima com a sua fiel e indissolúvel esposa. Digo inseparável esposa porque desde que este Amor substancial do Pai e do Filho desposou Maria para produzir Jesus Cristo, Cabeça dos eleitos, e Jesus Cristo nos eleitos, nunca mais a repudiou, porque Ela foi sempre fiel e fecunda.



Quando o Espírito Santo, seu Esposo, encontra Maria numa alma, voa para ela, entra nela com plenitude e comunica-se-lhe tanto mais abundantemente quanto maior lugar esta alma dá à sua Esposa.
O Senhor se tornou o meu apoio, libertou-se da angústia e me salvou porque me ama (Sl 17,19s).

Oferecimento do dia
Deus, nosso Pai, eu te ofereço todo o dia de hoje: minhas orações e obras, meus pensamentos e palavras, minhas alegrias e sofrimentos, em reparação de nossas ofensas, em união com o Coração de teu Filho Jesus, que continua a oferecer-se a Ti, na Eucaristia, pela salvação do mundo. Que o Espírito Santo, que guiou a Jesus, seja meu guia e meu amparo neste dia, para que eu possa ser testemunha do teu amor.

Com Maria, Mãe de Jesus e da Igreja, rezo especialmente pelas intenções do Santo Padre para este mês e também pelas famílias.

Oração do dia
Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais e vossa Igreja vos possa servir alegre e tranquila. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Dos Livros das Confissões, de Santo Agostinho, bispo

Quando sou mau, confessá-lo a ti nada mais é do que não o atribuir a mim. Quando sou bom, confessá-lo a ti nada mais é do que não o atribuir a mim. Porque tu, Senhor, abençoas o justo, antes, porém, o justificas quando ímpio. Na verdade minha confissão, ó meu Deus, faz-se diante de ti em silêncio e não em silêncio porque cala-se o ruído, clama o afeto.
            Tu me julgas, Senhor, porque nenhum dos homens conhece o que há no homem a não ser o espírito do homem que nele está. Há, contudo, no homem algo que nem o próprio espírito do homem, que nele está, conhece. Tu, porém, Senhor, conheces tudo dele, pois tu o fizeste. Eu, na verdade, embora diante de ti me despreze e me considere pó e cinza, conheço algo de ti que ignoro de mim.
            É certo que agora vemos como em espelho e obscuramente, ainda não face a face. Por isto enquanto eu peregrino longe de ti, estou mais presente a mim do que a ti e, no entanto, sei que és totalmente impenetrável, ao passo que ignoro a que tentações posso ou não resistir. Mas aí está a esperança, porque és fiel e não permites sermos tentados acima de nossas forças e dás, com a tentação, a força para suportá-la.

MEDJUGORJE


Mensagem da Rainha da Paz, de 25/05/2013 






"Queridos filhos! Hoje Eu os convido a serem fortes e decididos na fé e na oração, até que suas orações sejam tão fortes que abram o Coração de meu amado Filho Jesus. Rezem, filhinhos, rezem sem cessar, até que seus corações se abram ao amor de Deus. Eu estou com vocês, intercedo por todos vocês e rezo pela conversão de vocês. Obrigada por terem correspondido a Meu apelo."

terça-feira, 28 de maio de 2013

Tratado da Verdadeira Devoção a Maria (28-29)

Maria é Rainha
  
28. No Céu, Maria impera aos anjos e aos bem-aventurados. Como recompensa da sua profunda humildade (Lc 1,48), deu-lhe Deus o poder e o encargo de encher de santos os tronos deixados vazios pela orgulhosa queda dos anjos apóstatas. É vontade do Altíssimo, que exalta os humildes (Lc 1, 52), que o Céu, a Terra e os infernos obedeçam, livre ou forçadamente, às ordens da humilde Maria. Fê-la soberana do Céu e da Terra, condutora dos Seus exércitos, guarda dos Seus tesouros, dispensadora das suas graças, obreira das
suas grandes maravilhas, reparadora do gênero humano, medianeira dos homens, vencedora dos inimigos de Deus e fiel companheira de suas grandezas e triunfos.
29. Deus Pai quer formar filhos por Maria, até a consumação do mundo, e diz-lhe estas palavras: “Habita em Jacó” (Eclo 24, 13). Isto quer dizer: faze a tua morada e habitação entre os meus filhos e predestinados, figurados por Jacó, e não entre os filhos do demônio e os réprobos, figurados por Esaú.









Nenhum Dom Celeste é, portanto, concedido aos homens, que não passe pelas suas Mãos Virginais.

O Tratado da Verdadeira Devoção a Maria, segundo Maria Montfort (27)


Jesus, Filho de Maria

27. Visto que a graça aperfeiçoa a natureza e a glória aperfeiçoa a graça, é certo que Nosso Senhor, no Céu, é ainda tão filho de Maria como o foi na Terra. Conservou, portanto, a submissão e a obediência do mais perfeito de todos os filhos para com Maria, a melhor das mães. Cuidemos, porém, de não ver nesta dependência rebaixamento algum de Jesus ou alguma imperfeição. Maria, estando infinitamente abaixo de seu Filho, que é Deus, não se lhe impõe como uma mãe da Terra o faz a seu filho, que lhe é inferior. Maria está toda transformada em Deus pela graça e pela glória, que transformam n'Ele todos os santos. Por isso não pede, não quer, não
faz nada que seja contrário à eterna e imutável vontade de Deus. Quando, pois, se lê nos escritos de São Bernardo, São Bernardino, São Boaventura etc., que no Céu e na Terra tudo está sujeito a Maria, até o próprio Deus, deve apenas entender-se que a autoridade que Deus lhe quis conceder é tão grande que parece igualar o poder divino, e que as suas orações e súplicas são tão poderosas junto de Deus que equivalem sempre a ordens junto da sua majestade. Ele não resiste nunca à oração de sua dileta Mãe, porque é sempre humilde e conforme à sua vontade.
Moisés deteve tão poderosamente a cólera de Deus contra os Israelitas, pela força da sua oração, que este altíssimo e infinitamente misericordioso Senhor, não lhe podendo resistir, pediu-lhe que o deixasse encolerizar-Se e castigar aquele povo rebelde (Ex 32, 10). O que então não devemos pensar, com muito mais razão, da humilde oração de Maria, mais poderosa junto de Deus que as preces e as intercessões de todos os anjos e santos do Céu e da Terra?!

27 de maio

O Senhor se tornou o meu apoio, libertou-se da angústia e me salvou porque me ama (Sl 17,19s).

Oferecimento do dia
Deus, nosso Pai, eu te ofereço todo o dia de hoje: minhas orações e obras, meus pensamentos e palavras, minhas alegrias e sofrimentos, em reparação de nossas ofensas, em união com o Coração de teu Filho Jesus, que continua a oferecer-se a Ti, na Eucaristia, pela salvação do mundo. Que o Espírito Santo, que guiou a Jesus, seja meu guia e meu amparo neste dia, para que eu possa ser testemunha do teu amor.

Com Maria, Mãe de Jesus e da Igreja, rezo especialmente pelas intenções do Santo Padre para este mês e também pelas almas do Purgatório.

Oração do dia
Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais e vossa Igreja vos possa servir alegre e tranquila. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Dos Livros “Moralia” sobre Jó, de São Gregório Magno, papa

Paulo, considerando em seu íntimo as riquezas da sabedoria e vendo-se externamente um corpo corruptível, exclama: Temos este tesouro em vasos de barro! No santo Jó, o vaso de barro sofre no exterior as rupturas das úlceras. Por dentro, porém, continua íntegro o tesouro. Por fora é ferido de chagas. Por dentro, a perene nascente do tesouro da sabedoria derrama-se em palavras santas: Se da mão de Deus recebemos os bens, por que não suportaremos os males? Para ele, os bens são os dons de Deus, tanto os temporais quanto os eternos, enquanto que os males são os flagelos do momento. Diz o Senhor pelo Profeta: Eu, o Senhor, e não há outro, faço a luz e crio as trevas, produzo a paz e crio os males...
    É preciso considerar com muita atenção, nas palavras de Jó, contra a opinião de sua mulher, a justeza do seu raciocínio. Se recebemos da mão do Senhor os bens, por que não suportaremos os males? Grande conforto na tribulação é, em meio às contrariedades, lembrarmo-nos dos dons concedidos por nosso Criador. E não nos abatemos, em face da dor, se logo nos ocorrer à mente o dom que a reanima. Sobre isto está escrito: Nos dias bons, não te esqueças dos maus, e nos dias maus lembra-te dos bons.
        Quem recebe os bens da vida, mas durante os bons tempos deixa inteiramente de temer os flagelos, cai na soberba através da alegria. Quem é atormentado pelos flagelos e nestes dias maus não se consola com os dons recebidos, perde, com o mais profundo desespero, o equilíbrio do espírito.
        Assim sendo, é necessário unir os dois, de modo que um sempre se apoie no outro: que a lembrança dos bens modere o sofrimento dos flagelos e que a suspeita e o medo dos flagelos estejam a mordiscar a alegria dos bens.
        O santo homem com suas chagas, para aliviar o espírito oprimido em meio às dores dos flagelos, pensa na doçura dos dons: Se recebemos da mão do Senhor os bens, por que não haveremos de suportar os males?

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Tratado da Verdadeira Devoção a Maria por São Luís Maria (22-26)



SEGUNDO PRINCÍPIO
Deus deseja servir-se de Maria na Santificação das almas
A Obra da Santíssima Trindade em Maria

22. O procedimento que as três Pessoas da Santíssima Trindade tiveram na Encarnação e primeira vinda de Jesus Cristo, têm-no ainda todos os dias, duma maneira invisível, na Santa Igreja, e tê-lo-ão até a consumação dos séculos, na última vinda de Jesus Cristo.
23. Deus Pai juntou todas as águas e chamou-as mar; juntou as suas graças e chamou-as Maria. Este grande Deus tem um tesouro ou celeiro riquíssimo, onde encerrou tudo o que tem de belo, de  resplandecente, de raro e precioso, incluindo o seu próprio Filho. E este tesouro imenso não é outro a não ser Maria, a quem os santos chamam o “Tesouro do Senhor”, de cuja plenitude os homens são enriquecidos.
24. Deus Filho comunicou à sua Mãe tudo o que adquiriu pela sua vida e morte, os Seus méritos infinitos e as suas admiráveis virtudes. Fê-la tesoureira de tudo o que o Pai lhe deu como herança. E assim é por meio de Maria que aplica os Seus méritos aos Seus membros, que comunica as suas virtudes e distribui as suas graças. Ela é o seu canal misterioso, o seu aqueduto, por onde faz passar, suave e abundantemente, as suas misericórdias.
25. Deus Espírito Santo comunicou a Maria, sua fiel esposa, os Seus dons inefáveis, e escolheu-a para dispensadora de tudo quanto possui. Deste modo, Ela distribui a quem quer, quanto quer, como e quando quer todos os Seus dons e graças, e nenhum dom celeste é concedido aos homens sem que passe por suas mãos virginais. Porque tal é a vontade de Deus, que quis
que tudo recebamos por Maria. Desta forma é enriquecida, elevada e honrada pelo Altíssimo aquela que durante toda a vida se fez pobre, se humilhou e escondeu até o mais profundo nada, em sua extrema humildade. São estes os sentimentos da Igreja e dos Santos Padres.
26. Se eu falasse para os espíritos fortes da nossa época, estender-me-ia a provar mais vastamente tudo o que estou a expor dum modo simples, por meio da Sagrada Escritura, dos Santos Padres - de quem citaria as passagens latinas e por meio de muitas sólidas razões que se poderão ler, amplamente expostas pelo Venerável Padre Poiré, na sua “Tríplice Coroa da Santíssima Virgem”. Mas falo particularmente para os pobres e simples que, tendo maior boa vontade e mais fé que o comum dos sábios, crêem mais simplesmente e com mais mérito. Por isso contento-me com declarar-lhes simplesmente a verdade, sem me deter com a citação de todas essas passagens latinas, que não compreendem. Não deixarei, no entanto, de citar algumas sem todavia me esforçar por procurá-las.
Continuemos.

24 de maio

Confiei, Senhor, na vossa misericórdia; meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez (Sl 12,6).

Oferecimento do dia
Deus, nosso Pai, eu te ofereço todo o dia de hoje: minhas orações e obras, meus pensamentos e palavras, minhas alegrias e sofrimentos, em reparação de nossas ofensas, em união com o Coração de teu Filho Jesus, que continua a oferecer-se a Ti, na Eucaristia, pela salvação do mundo. Que o Espírito Santo, que guiou a Jesus, seja meu guia e meu amparo neste dia, para que eu possa ser testemunha do teu amor.

Com Maria, Mãe de Jesus e da Igreja, rezo especialmente pelas intenções do Santo Padre para este mês e também em reparação ao Sagrado Coração de Jesus.

Oração do dia
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Do Comentário sobre o Eclesiastes, de São Gregório de Agrigento, bispo

Vem, come com alegria teu pão e bebe com coração feliz o teu vinho, porque tuas obras já agradaram a Deus.
        A explicação mais simples e óbvia desta frase parece-me ser uma justa exortação que nos dirige o Eclesiastes: abraçando um tipo de vida simples e apegados à instrução de uma fé sincera para com Deus, comamos o pão com alegria e bebamos o vinho de coração feliz; sem resvalar para as palavras maldosas, nem nos comportar com duplicidade. Pelo contrário, pensemos sempre o que é reto,e, quanto nos seja possível, auxiliemos com misericórdia e liberalidade os necessitados e mendigos, isto é, atentos aos desejos e ações com que o próprio Deus se deleita.
No entanto, o sentido místico nos leva a mais altos pensamentos e ensina-nos a ver aqui o pão celeste e sacramental que desceu do céu e trouxe a vida ao mundo. Ensina-nos também, com o coração feliz, a beber o vinho espiritual, aquele vinho que jorrou do lado da verdadeira vide, no momento da paixão salvífica...
Aqueles que comem deste pão e bebem o vinho sacramental, na verdade enchem-se de alegria, exultam e podem exclamar: Deste alegria a nossos corações.
        Ainda mais – julgo eu – este pão e este vinho designam, no livro dos Provérbios, a sabedoria de Deus, subsistente por si mesma, Cristo, o nosso salvador, quando diz: Vinde, comei do meu pão e bebei do vinho que preparei para vós; indicando assim a mística participação do Verbo. Aqueles que são dignos desta participação, trazem em todo o tempo vestes ou obras não menos luminosas do que a luz, realizando o que o Senhor diz no Evangelho: Que vossa luz brilhe diante dos homens, para que vejam vossas obras boas e glorifiquem vosso Pai que está nos céus. Igualmente se percebe que em suas cabeças core sempre o óleo, isto é, o Espírito da verdade que os protege e defende contra todo dano do pecado.


Tratada da Verdadeira Devoção por São Luís Maria Montfort (18-21)



Deus Filho e Maria
18. Como o novo Adão ao seu Paraíso Terrestre, assim desceu Deus Filho ao seio virginal de Maria para aí achar as suas delícias e operar, às escondidas, maravilhas de graça. O Deus feito homem  encontrou a sua liberdade em se ver aprisionado no seio d'Ela; fez brilhar a sua força, deixando-se levar por essa jovem Virgem. Achou a sua glória, e a de seu Pai, escondendo os Seus esplendores a todas as criaturas da Terra, para só os revelar a Maria; glorificou a sua independência e majestade dependendo desta amável Virgem na sua concepção, nascimento, apresentação no templo, na sua vida oculta de trinta anos e, até, na sua morte. Maria devia assistir a essa morte, porque Jesus quis oferecer com Ela um mesmo sacrifício e ser imolado ao Eterno Pai com seu assentimento, como outrora Isaac também fora imolado à vontade de Deus pelo consentimento de Abraão. Foi Ela que o amamentou, nutriu, sustentou, criou e sacrificou por nós.
Ó admirável e incompreensível dependência de um Deus! Nem o Espírito Santo a pôde ocultar no Evangelho para nos mostrar o seu valor e glória infinita, embora tenha escondido quase todas as maravilhas operadas pela Sabedoria Encarnada durante a sua vida oculta. Jesus Cristo deu mais glória
a Deus Pai pela sua submissão a Maria durante trinta anos do que lhe teria dado se convertesse toda a Terra operando os maiores prodígios. Oh! Quão altamente glorificamos a Deus quando nos submetemos, para lhe agradar, à Virgem Santíssima, a exemplo de Jesus Cristo, nosso único modelo!
19. Se examinarmos de perto o resto da vida de Jesus, veremos que Ele quis iniciar os Seus milagres por Maria. Santificou São João no seio de sua mãe, Santa Isabel, pela palavra de Maria. Logo que Ela falou, João ficou santificado; e este foi o primeiro milagre de Jesus na ordem da graça (Lc 1, 41-
44). Nas bodas de Caná, Jesus mudou a água em vinho, atendendo ao humilde pedido de sua Mãe; e este foi o seu primeiro milagre na ordem natural (Jo 2, 1-11). Começou e continuou os Seus milagres por Maria; por Ela os continuará até o fim dos séculos.

Deus Espírito Santo e Maria
20. Sendo o Espírito Santo estéril em Deus, isto é, não produzindo nenhuma outra Pessoa Divina, tornou-se fecundo por Maria, a quem desposou. Foi com Ela e n'Ela e d'Ela que formou a sua obra-prima: um Deus feito homem, e que forma todos os dias, até o fim dos séculos, os predestinados e os membros do corpo que tem por cabeça o adorável Jesus. É por isso que, quanto mais numa alma Ele encontra Maria, sua amada e inseparável esposa, tanto mais operante e poderoso se torna para produzir Jesus Cristo nessa alma e essa alma em Jesus Cristo.
21. Não se quer dizer com isto que a Santíssima Virgem dê ao Espírito Santo a fecundidade, como se Ele a não tivesse. Ele é Deus e, por isso, possui a fecundidade (ou a capacidade de produzir) tal como o Pai e o Filho, embora a não transforme em ato, produzindo outra pessoa divina. O que se quer dizer é que o Espírito Santo reduz a ato a sua fecundidade por intermédio da Santíssima Virgem. Mas o Espírito Santo quer servir-se d'Ela, embora disso não tenha uma necessidade absoluta, para produzir
n'Ela e por Ela Jesus Cristo e os Seus membros. Mistério de graça, escondido mesmo aos cristãos mais sábios e mais espirituais!

Oração a Santa Rita de Cássia


Ó poderosa e gloriosa Santa Rita,
eis a vossos pés um alma desamparada que,
necessitando de auxílio,
a vós recorre com a doce esperança
de ser atendida por vós
que tendes o incomparável título
de SANTA DOS CASOS IMPOSSÍVEIS E DESESPERADOS.

Ó cara Santa, interessai-vos pela minha causa,
intercedei junto a Deus
para que me conceda a graça
de que tanto necessito (dizer a graça que deseja).

Não permitais que tenha de me afastar
dos vossos pés sem ser atendido.
Se houver em mim algum obstáculo
que me impeça de obter a graça que imploro,
auxiliai-me para que o afaste.
Envolvei o meu pedido
em vosso preciosos méritos
e apresentai-o a vosso celeste esposo, Jesus,
em união com a vossa prece.

Ó Santa Rita,
eu ponho em vós toda a minha confiança;
por vosso intermédio,
espero tranquilamente a graça que vos peço.

Santa Rita, advogada dos impossíveis, rogai por nós.

22 De Maio - Santa Rita de Cássia, Santa dos Impossíveis



Rita nasceu na Úmbria, bispado de Espoleto, em Roccaporena um pequeno povoado de Cássia (Província de Perugia) em Itália no dia 22 de maio de 1381. Seus pais, António Mancini e Amata Serri, ambos católicos praticantes, já eram de idade provavelmente avançada e casaram em 1339 e tiveram sua única filha, Rita, depois de mais de 40 anos de casados. Seu nascimento foi um grande milagre. Foi batizada, e recebeu a primeira Eucaristia na Igreja de Santa Maria dos Pobres, em Cássia. 
Conta uma história que, certa vez, seus pais levaram-na para o campo e, enquanto trabalhavam na roça em seus afazeres, deixaram a recém-nascida debaixo de uma árvore, na sombra num berço dormindo. Um enxame de abelhas brancas como a neve voou até á menina e girava em torno de seus lábios, como se fossem flores das mais perfumadas. Um homem que passava por ali, e que tinha pouco antes ferido a mão, ao ver Rita e as abelhas, gritou assustado aos seus pais. As abelhas foram embora e o homem teve a mão curada naquele mesmo instante.
O CASAMENTO FORÇADO E INFELIZ
Foi num lar católico que Rita cresceu. António e Amata educaram-na na fé em casa, e ensinaram-na a rezar. Desde a infância, ela demonstrou uma grande afeição a Nossa Senhora e a Jesus Crucificado. 
Na adolescência aos 12 anos, tinha um desejo intenso de consagrar-se a Deus na vida religiosa. Em Cássia havia um mosteiro das monjas agostinianas. Seus pais, porém, já idosos, queriam que ela se casasse.
Seu temor a Deus e a obediência que mostrava ter aos seus pais obrigaram-na a renunciar ao seu desejo de se entregar á religião e se fechar num convento, para aceitar abraçar o matrimónio com um jovem rapaz da religião, tido como violento, chamado Paulo Ferdinando. Rita foi obediente, casou-se. Ele embriagava-se com frequência, brigava com os amigos e, chegando em casa, espancava Rita. Houve uma ocasião em que Rita esteve à beira da morte de tanto levar do marido. Foram muitas as vezes em que Rita não foi à igreja porque Paulo Ferdinando a impediu de ir. Ela, contudo, rezava por ele diante do crucifixo, pedindo pela conversão. Durante o seu matrimónio, Santa Rita de Cássia era uma mulher doce, preocupada com o bem-estar de seu marido. Mesmo consciente de seu carácter violento, sofria, mas rezava em silêncio, oferecia tudo a Deus. A bondade de Santa Rita de Cássia era tão aparente que seu marido foi contagiado por ela. Passado um tempo, e perseverando Rita na oração pelo seu marido, Paulo Ferdinando caiu aos seus pés, pediu perdão a ela e a Deus, e mudou sua vida e seus costumes. Rita feliz, agradeceu a graça recebida. Rita e Paulo Ferdinando tiveram dois filhos: Tiago António e Paulo Maria. Ambos foram educados na fé por seus pais e, com Rita, constantemente saíam de casa para visitar os enfermos e os pobres.

SOFRIMENTO DESDE JOVEM

Em 1402 morreram António e Amata, pais de Rita. Seu pai morreu a 19 de Março e sua mãe no dia 25 do mesmo mês, com 90 anos. 
Logo depois, alguns antigos inimigos de Paulo Ferdinando, por vingança assassinaram-no. Os filhos, já crescidos, e influenciados por amigos, planearam vingar a morte do pai. 
Rita, ao saber do desejo dos filhos Rezou, pedindo a Deus que tirasse este desejo do coração de seus filhos, ou, se fosse vontade divina, que os levasse para a glória do Céu para obterem a salvação, mas que não fossem assassinos. Deus ouviu suas preces, ambos adoeceram, e Rita cuidou deles com amor. Depois de pouco tempo, Tiago António e Paulo Maria morreram. 
A mãe carregou no coração a grande dor da perda dos pais, do marido e dos filhos sem perder a fé. Perdoou publicamente os assassinos de Paulo Fernando.
A SOLIDÃO NO MUNDO
Sozinha no mundo, Rita transformou-se numa mulher de oração. Além do trabalho doméstico, ela continuava a visitar os enfermos e os pobres. Participava da missa no mosteiro das agostinianas. Um dia, procurou a superiora e pediu-lhe para ingressar na ordem, mas não foi aceite. Provavelmente, por ser viúva e não ser mais virgem. As irmãs tinham medo também dos inimigos de Paulo Fernando, já que eles continuavam a ameaçar Rita. Por três vezes Rita pediu para ser admitida no mosteiro, e por três vezes ouviu o “não” da superiora. Rita vivia em casa, sozinha.

MOSTEIRO DAS IRMÃS AGOSTINIANAS

Rita vivia em casa, sozinha mas como se estivesse no mosteiro. Num dia, á noite em profunda oração, ouviu um chamado: "Rita! Rita!". Abriu a porta e eram três homens que foram a sua casa. Ao acolhê-los, ela os reconheceu. Eram os seus três santos protetores: São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolau de Tolentino. Levantou-se e seguiu seus santos protetores. Era noite, e a porta do convento estava fortemente trancada. Eles então levaram-na ao interior do mosteiro das agostinianas, em Cássia. Ao amanhecer, as religiosas agostinianas ficaram estupefatas ao verem Rita, na capela do convento, rezando, sendo que a porta estava fechada. As religiosas, a começar pela superiora, ficaram pasmadas com a presença de Rita, mesmo estando fechadas as portas do mosteiro. Vendo que era Deus que a destinava à vida religiosa, receberam-na na Ordem. Há quem veja o acontecimento afirmado que, ao ser aceite no mosteiro, Rita atribuiu a graça aos seus santos protetores. No mosteiro, Rita mostrou-se serviçal e contemplativa. Ao mesmo tempo em que estava disponível às irmãs, servindo-as, também estava em constante oração, passando muitas horas diante de Jesus crucificado. 
Mesmo no mosteiro, continuou a sair para visitar os enfermos e os pobres. Enfrentou dificuldades e tentações; a tudo superou na força da fé.

OBEDIÊNCIA TAMBÉM NO CONVENTO.

Consciente de que obedecendo à superiora, obedeceria a Jesus. Certo dia, a superiora, para pô-la a prova, pediu-lhe que, todos os dias, regasse um galho seco pela manhã e à tarde. 
Em sinal de obediência, Rita o fez com todo o carinho e, tempos depois, milagrosamente, o galho seco transformou-se numa bela videira. Esta ainda existe, em Cássia, e continua a produzir uvas. 
No ano de 1443, Tiago della Marca- depois canonizado – pregou um retiro em Cássia sobre a Paixão e a Morte de Jesus.
Voltando para o mosteiro depois de uma das pregações, Rita prostrou-se diante do crucifixo, na capela, e pediu para participar de alguma forma, da Paixão do Senhor. Foi quando um espinho da coroa de Cristo se destacou e feriu profundamente sua testa, e ela desmaiou. Ao acordar, tinha uma ferida na testa. Com o tempo, essa ferida tornou-se malcheirosa. Rita então passou a viver numa cela à parte, distante das demais monjas; uma religiosa levava alimento a ela, diariamente. A ferida causava muitas dores; tudo ela oferecia a Deus. Por 15 anos Rita carregou consigo a marca feita pelo espinho da coroa de Cristo.
O povo de Cássia, atento ao que acontecia no mosteiro, percebeu que havia algo de diferente em Rita. Muitos iam até ela e pediam a sua intercessão, e eram atendidos. Em pouco tempo sua fama de santidade espalhou-se pela região.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Tratado da Verdadeira Devoção (14-17)



CAPÍTULO PRIMEIRO
NECESSIDADE DA VERDADEIRA DEVOÇÃO A MARIA
14.
Com toda a Igreja confesso que Maria, não sendo mais que uma simples criatura saída das mãos do Altíssimo, é menor que um átomo, ou antes, não é nada em comparação coma sua majestade infinita, visto que só Deus é “Aquele que é ”(Ex 3,14). Por conseguinte, este grande Senhor, sempre independente e bastando-se a si mesmo, não teve nem tem absoluta necessidade da Santíssima Virgem para o cumprimento dos Seus desígnios epara a manifestação da sua glória. Basta lhe querer para tudo fazer.
15.
No entanto, supostas as coisas como são, tendo Deus querido começar e acabar as suas maiores obras pela Virgem Santíssima depois de a formar, digo que é de crer que não mudará de procedimento em todos os séculos (Rm 11, 29). Ele é Deus e não muda nem nos Seus sentimentos nem na sua conduta.
Artigo Primeiro
PRINCÍPIOS
PRIMEIRO PRINCÍPIO
Deus deseja servir-se de Maria na Encarnação
Deus Pai e Maria
16.
Deus Pai não deu ao mundo o seu Unigênito senão porMaria. Por mais ardentes que fossem os suspiros dos Patriarcas e as súplicas que durante quatro mil anos lhe fizeram os Profetas e os Santos da Antiga Lei para obterem esse tesouro, só Maria o mereceu.
Só Ela encontrou graça diante de Deus pela força das suas orações e pela grandeza das suas virtudes.
Diz Santo Agostinho que, não sendo o mundo digno de receber o Filho de Deus diretamente das mãos do Pai, este O deu a Maria, para que os homens O recebessem por Ela.
O Filho de Deus fez-Se homem para nos salvar, mas foi em Maria e
por Maria.
Deus Espírito Santo formou Jesus Cristo em Maria, mas só depois de lhe ter pedido o consentimento por um dos primeiros ministros da sua corte.
17.
Deus Pai, para dar a Maria o poder de produzir o seu Filho e todos os membros do seu Corpo Místico, comunicou-lhe a sua fecundidade, na medida em que uma simples criatura a podia receber.

21 de maio

Confiei, Senhor, na vossa misericórdia; meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez (Sl 12,6).

Oferecimento do dia
Deus, nosso Pai, eu te ofereço todo o dia de hoje: minhas orações e obras, meus pensamentos e palavras, minhas alegrias e sofrimentos, em reparação de nossas ofensas, em união com o Coração de teu Filho Jesus, que continua a oferecer-se a Ti, na Eucaristia, pela salvação do mundo. Que o Espírito Santo, que guiou a Jesus, seja meu guia e meu amparo neste dia, para que eu possa ser testemunha do teu amor.

Com Maria, Mãe de Jesus e da Igreja, rezo especialmente pelas intenções do Santo Padre para este mês e também em reparação ao Santíssimo Sacramento.

Oração do dia
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Das Instruções de São Columbano, abade

Deus está em todo lugar, imenso e próximo em toda parte, conforme o testemunho dado por ele mesmo: Eu sou o Deus próximo e não o Deus de longe. Não busquemos, então, longe de nós a morada de Deus, que temos dentro de nós, se o merecermos. Habita em nós como a alma no corpo, se formos seus membros sadios, mortos ao pecado. Então verdadeiramente mora em nós aquele que disse: E habitarei neles e entre eles andarei. Se, portanto, formos dignos de tê-lo em nós, em verdade seremos vivificados por ele, como membros vivos seus: nele, assim diz o Apóstolo, vivemos, nos movemos e somos...
        Quem, pois, é Deus? Pai, Filho e Espírito Santo, um só Deus. Não perguntes mais sobre Deus; porque os que querem conhecer a imensa profundidade, têm antes de considerar a natureza. Com razão compara-se o conhecimento da Trindade à profundeza do mar, conforme diz o Sábio: E a imensa profundidade, quem a alcançará? Do modo como a profundeza do mar é invisível ao olhar humano, assim a divindade da Trindade é percebida como incompreensível pelo entendimento humano. Por conseguinte, se alguém quiser conhecer aquele em quem deverá crer, não julgue compreender melhor falando do que crendo; ao ser investigada, a sabedoria da divindade foge para mais longe do que estava.
        Procura, portanto, a máxima ciência não por argumentos e discursos, mas por uma vida perfeita; não pela língua, mas pela fé que brota da simplicidade do coração
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quinta-feira, 23 de maio de 2013

O Tratado da Verdadeira Devoção a Maria (5-13)


Maria, a obra prima de Deus
5.
Maria é a obra-prima por excelência do Altíssimo, cuja posse e conhecimento Ele reservou para si. Maria é a Mãe admirável do Filho o qual quis humilhá-la e escondê-la durante a vida para favorecer a sua humildade. Para este fim tratava-a pelo nome de “Mulher” (Jo 2, 4; 19, 26), como a uma estranha, embora no seu Coração a estimasse mais do que a todos os anjos e a todos os homens.
Maria é a fonte selada e a esposa do Espírito Santo, onde só Ele tem entrada. Maria é o Santuário e o Repouso da Santíssima Trindade, onde Deus está mais magnífica e divinamente que em qualquer outro lugar do universo, sem excetuar a sua morada acima dos querubins e serafins. Neste santuário nenhuma criatura, por mais pura que seja, pode entrar, a não ser por grande privilégio.
6.
Digo com os santos: a divina Maria é o Paraíso Terrestre do novo Adão, onde Ele encarnou por obra do Espírito Santo, para aí operar maravilhas incompreensíveis. É o grande, o divino mundo de Deus, onde há belezas e tesouros inefáveis. É a magnificência do Altíssimo, onde Ele escondeu, como em seu Seio, o seu Filho Único e n'Ele tudo o que há de mais excelente e precioso.
Que grandes e misteriosas coisas fez o Deus onipotente nesta admirável criatura, segundo Ela própria é forçada a dizer, a despeito da sua profunda humildade: “O poderoso fez em mim grandes coisas! ” (Lc 1, 49). O mundo não conhece estas maravilhas, porque é incapaz e indigno disso.
7.
Os santos disseram coisas admiráveis desta Santa Cidade de Deus. E, segundo o seu próprio testemunho, nunca foram tão eloqüentes nem tão felizes como quando d'Ela falavam. E depois disto exclamam que a sublimidade dos Seus méritos, que chegam até o trono da Divindade, não se pode perceber; que a extensão da sua caridade, maior que a Terra, não se pode medir; que a grandeza do seu poder, que até sobre o Deus se estende, não se pode compreender e, finalmente, que a profundeza da sua humildade e de todas as suas virtudes e graças é um abismo insondável.
Ó sublimidade incomensurável! Ó abismo impenetrável!
8.
Todos os dias, de um extremo a outro da Terra, no mais alto dos céus, no mais profundo dos abismos, tudo proclama e publica a admirável Virgem Maria. Os nove coros dos anjos, os homens de ambos os sexos, idades, condições ou religiões, os bons e os maus, e até os mesmos demônios, são forçados a chamá-la bem-aventurada. Quer queiram, quer não, a isso os obriga a força da verdade. Como diz São Boaventura, todos os anjos lhe cantam no Céu incessantemente: “Santa, Santa, Santa Maria, Mãe de Deus e Virgem!” E, todos os dias, lhe oferecem milhões de vezes a saudação angélica: “Ave, Maria...”, prostrando-se na sua presença e pedindo-lhe a mercê de os honrar com algumas das suas ordens. O próprio São Miguel - disse Santo Agostinho -, embora seja o príncipe de toda a corte celeste, é o mais diligente em lhe prestar toda espécie de homenagens e em fazer com que lhas tributem. Constantemente aguarda a honra de por Ela ser mandado em auxílio a alguns dos Seus servos.
9.
Toda a Terra está cheia da sua glória, particularmente entre os cristãos, que a tomam por Patrona e Protetora em muitos reinos, províncias, dioceses e cidades. Quantas catedrais consagradas a Deus sob a sua invocação! Não há igreja sem um altar em sua honra, região ou cantão sem alguma de suas miraculosas imagens, ante as quais toda espécie de males são curados e se alcança toda espécie de bens. Quantas confrarias e congregações em sua honra! Quantos institutos religiosos colocados sob o seu nome e proteção! Quantos confrades e irmãs daquelas confrarias, quantos religiosos e
religiosas de todos estes institutos publicam os Seus louvores e anunciam as suas misericórdias! Não há criancinha que, balbuciando a Ave, Maria, a não louve. Não há pecador, por mais empedernido, que não tenha, ao menos, uma centelha de confiança n'Ela. E não há, até, demônio algum no inferno que, temendo-a, a não respeite.
10.
Depois disto, forçoso é dizer com os santos: “De Maria numquam satis!” Isto é, Maria não foi ainda suficientemente louvada e exaltada, honrada, amada e servida. Merece ainda muito maior louvor, respeito, amor e serviço.
11.
Por isso, devemos dizer com o Espírito Santo: “Toda a glória da Filha do Rei lhe vem do interior” (Sl 44, 14). É como se toda a glória exterior que o Céu e a Terra lhe tributam à porfia não fosse nada em comparação com a que recebe interiormente do Criador! As pequenas criaturas desconhecem essa glória por não poderem penetrar no mais íntimo segredo do Rei.
12.
Depois de tudo isto, temos de exclamar com o Apóstolo: “Nem os olhos viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração do homem compreendeu...” (1 Cor 2, 9) as belezas, as grandezas e a excelência de Maria, o mais sublime milagre da graça, da natureza e da glória. Se quereis compreender a Mãe, diz um santo, procurai compreender o Filho. Ela é a digna Mãe de Deus: “Que toda a língua aqui emudeça!”
13.
Foi o meu coração que ditou o que acabo de escrever com particular alegria, a fim de mostrar como Maria Santíssima tem sido insuficientemente conhecida até agora e como é esta uma das razões por que Jesus Cristo não é conhecido como deve ser. Se é certo que o conhecimento e o Reino de Jesus Cristo se estabelecerão no mundo, não será mais que uma consequência necessária do conhecimento e do Reino da Santíssima Virgem Maria. Ela deu Jesus Cristo ao mundo a primeira vez, e há de fazê-lo resplandecer também segunda vez.