Muito me alegra, caro irmão, o zelo que te inflama na promoção
da glória de Deus. Pois observamos com tristeza, em nossos tempos,
não só entre os leigos mas também entre os religiosos, a doença
quase epidêmica que se chama indiferentismo, que se propaga de
várias formas. Ora, como Deus é digno de infinita glória, nosso
primeiro e mais importante ideal deve ser, com nossas exíguas
forças, lhe darmos o máximo de glória, embora nunca possamos dar
quanto de nós, pobres peregrinos, ele merece.
Como a glória de Deus resplandece principalmente na salvação das
almas que Cristo remiu com seu próprio sangue, o desejo mais elevado
da vida apostólica será procurar a salvação e santificação do maior
número possível. E quero brevemente dizer-te qual o melhor caminho
para este fim, isto é, para conseguir a glória divina e a
santificação de muitas almas. Deus, ciência e sabedoria infinita,
sabendo o que, de nossa parte, mais contribui para aumentar sua
glória, manifesta-nos a sua vontade sobretudo pelos seus ministros
na terra.
É a obediência, e ela só, que nos
indica a vontade de Deus com evidência. O superior pode errar, mas
não é possível que nós, ao seguirmos a obediência, sejamos levados
ao erro. Só poderia haver uma exceção se o superior mandasse algo
que incluísse mesmo em grau mínimo uma violação da lei divina;
pois, neste caso, o superior não seria fiel intérprete de
Deus.
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