Temos razão de celebrar a festa do dia do nascimento daquele que
o tornou solene para nós por sua morte, e o ornou com o róseo fulgor
de seu sangue. É justo venerarmos com alegria espiritual a memória
de quem selou com o martírio o testemunho que deu em favor do
Senhor.
Não há que duvidar, se São João
suportou o cárcere e as cadeias, foi por nosso Redentor, de quem
dera testemunho como precursor. Também por ele deu a vida. O
perseguidor não lhe disse que negasse a Cristo, mas que calasse a
verdade. No entanto morreu por Cristo.
Porque
Cristo mesmo disse: Eu sou a verdade (Jo 14,6); por conseguinte,
morreu por Cristo, já que derramou o sangue pela verdade. Antes,
quando nasceu, pregou e batizou, dava testemunho de quem iria
nascer, pregar, ser batizado. Também apontou para aquele que iria
sofrer, sofrendo primeiro...
Aquele que
proclamava o Evangelho da liberdade da paz celeste, foi lançado por
ímpios às cadeias; foi fechado na escuridão do cárcere quem veio dar
testemunho da luz e por esta mesma luz, que é Cristo, tinha merecido
ser chamado de lâmpada ardente e luminosa. Foi batizado no próprio
sangue aquele a quem tinha sido dado batizar o Redentor do mundo,
ouvir sobre ele a voz do Pai, ver descer a graça do Espírito
Santo.
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