Com
liberdade, vai Jesus ao encontro dos sofrimentos preditos a seu
respeito. Por várias vezes os prenunciou aos discípulos, tendo mesmo
repreendido a Pedro que repelia o anúncio da paixão, e declarou que
por eles se daria a salvação do mundo. Por isso apresentou-se aos
que vinham buscá-lo, dizendo: Sou eu a quem procurais (cf. Jo 18,5).
Acusado, não respondeu. Podendo esconder-se, não o quis, embora por
mais de uma vez se tenha furtado às ciladas dos
perseguidores.
Chora sobre Jerusalém que pela
incredulidade atraía para si a ruína e prediz a suprema destruição
do templo outrora famoso. Com toda a paciência suporta ser batido na
cabeça por homem duplamente escravo. Esbofeteado, cuspido,
injuriado, atormentado, flagelado e por fim crucificado e dado por
companheiro de suplícios a dois ladrões, contado entre os homicidas
e celerados. Bebe o vinagre e o fel produzidos pela má videira,
coroado de espinhos em lugar de louros e cachos de uva. Escarnecido
com a púrpura, batido com a cana, ferido o lado pela lança e enfim
levado ao sepulcro.
Tudo isto sofreu enquanto
operava nossa salvação. Pois àqueles que se haviam escravizado ao
pecado eram devidos os castigos do pecado. Ele, isento de todo
pecado, tendo cumprido toda a justiça, suportou a pena dos
pecadores, destruindo por sua cruz o antigo decreto de
maldição.
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