A conversão de um publicano deu a muitos publicanos e pecadores
o exemplo da penitência e do perdão. Belo e verdadeiro prenúncio!
Aquele que seria apóstolo e doutor dos povos, logo no primeiro
encontro arrasta após si para a salvação um grupo de pecadores.
Assim inicia o ofício de evangelizar desde os primeiros começos de
sua fé aquele que viria a realizar este ofício plenamente com o
merecido progresso das virtudes. Contudo se quisermos indagar pelo
sentido mais profundo deste acontecimento nós o entenderemos: a
Mateus foi muito mais grato o banquete na casa do seu coração,
preparado pela fé e pelo amor do que o banquete terreno que ele
ofereceu ao Senhor. Atesta-o aquele mesmo que diz: Eis que estou à
porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei e
cearei com ele e ele comigo (Ap 3,20).
Ouvindo
a sua voz, abrimos a porta para recebê-lo, ao aceitarmos de bom
grado suas advertências secretas ou evidentes e nos pormos a
realizar aquilo que compreendemos como o nosso dever. Ele entra para
que ceemos, ele conosco e nós com ele, porque, pela graça de seu
amor, habita nos corações dos eleitos para alimentá-los sempre com a
luz de sua presença. Possam assim os eleitos cada vez mais progredir
no desejo do alto, e ele mesmo se alimente com os desejos deles como
com pratos deliciosos.
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