Também
as ovelhas são rebeldes. Quando procuramos as erradias,
declaram não ser nossas, para seu erro e perdição: "Que quereis de
nós? Por que nos procurais?" Como se não fosse o mesmo motivo
que nos faz querê-las e procurá-las; porque se desviam e se
perdem...
Queres vaguear assim, queres
perder-te assim? Muito bem, mas eu não quero. Ouso dizer
isto mesmo: sou importuno. Escuto o Apóstolo que diz: Prega a
palavra, insiste a tempo e fora de tempo (2Tm 4,2). Com quem,
a tempo? Com quem, fora de tempo? A tempo com os
desejosos, fora de tempo com os que não querem ouvir. Sou
inteiramente importuno, ouso dizer: Tu queres errar, tu queres
perecer; eu não quero"...
Reconduzirei a
desgarrada, procurarei a perdida. Quer queiras quer não, assim
farei. E se, em minha busca, os espinhos dos bosques me
rasgarem, eu me obrigarei a ir por todos os atalhos difíceis.
Baterei todos os cercados; enquanto me der forças o Senhor que me
ameaça, percorrerei tudo sem descanso. Reconduzirei a
desgarrada, procurarei a perdida. Se não queres que eu sofra,
não te desgarres, não te percas. E pouco dizer que tenho pena
de ti, desgarrada e perdida. Tenho medo de que, se te abandonar,
venha a matar o que é forte. Escuta o que se segue. E ao que era
forte, matastes (Ez 34,3). Se eu abandonar a desgarrada e
perdida, o que é forte terá gosto em desgarrar-se e
perder-se.
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