O
primeiro grau da contemplação é então este, caríssimos, que
consideremos sem cessar o que quer o Senhor, o que lhe agrada,
aquilo que é aceito diante dele. E já que em muitas coisas todos nós
faltamos (Tg 3,2) e nossa força vai de encontro à retidão de sua
vontade, sem poder unir-se ou adaptar-se a ela, humilhemo-nos sob a
poderosa mão do Deus altíssimo e procuremos mostrar-nos bem
miseráveis aos olhos de sua misericórdia, dizendo: Cura-me, Senhor,
e ficarei curado; salva-me e serei salvo (Jr 17,14), e ainda:
Senhor, tem compaixão de mim, cura minha alma porque pequei contra
ti (Sl 40,5).
Com o olhar do coração
purificado por estes pensamentos, já não nos entretemos com nosso
espírito na amargura, porém, muito mais com o espírito divino com
grande atrativo. Não refletimos mais sobre a vontade de Deus em nós
e sim no que ela é em si mesma.
Na
vontade de Deus se encontra a vida (Sl 29,6 Vulg.). Por isto não
duvidamos de que, em tudo, o mais útil e fácil para nós é aquilo que
é conforme a sua vontade. Então com a mesma solicitude com que
desejamos conservar a vida de nossa alma, não nos desviemos dela, na
medida do possível.
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