Qual o homem que, ao ouvir os nomes com os quais é designado o
Espírito Santo, não eleva seu ânimo e o seu pensamento para a
natureza divina? É chamado Espírito de Deus, Espírito da verdade que
procede do Pai, Espírito de retidão, Espírito principal e, como nome
próprio e peculiar, Espírito Santo.
Volta-se
para ele o olhar de todos os que buscam a santificação; para ele
tende a aspiração de todos os que vivem segundo a virtude; é o seu
sopro que os revigora e reanima para atingirem o fim natural e
próprio para que foram feitos.
Ele é fonte da
santidade e luz da inteligência; é ele que dá, de si mesmo, uma
certa iluminação à nossa razão natural para que encontre a
verdade.
Inacessível por sua natureza,
torna-se acessível por sua bondade. Enche tudo com o seu poder, mas
comunica-se apenas aos que são dignos; não a todos na mesma medida,
mas distribuindo os seus dons em proporção da fé. Simples na
essência, múltiplo nas manifestações do seu poder, está presente por
inteiro em cada um, sem deixar de estar todo em todo lugar.
Reparte-se e não sofre diminuição. Todos dele participam e permanece
íntegro, à semelhança dos raios do sol que fazem sentir a cada um a
sua luz benéfica como se fosse para ele só, e contudo iluminam a
terra e o mar e se difundem pelo
espaço.
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