A Ave Maria é a mais perfeita oração depois do Pai Nosso. Sua parte inicial é formada pelas palavras de São Gabriel, quando esse arcanjo comunicou à Santíssima Virgem que ela seria mãe do Filho de Deus: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1, 28), o que se segue da exclamação de Santa Isabel, sua prima, grávida de São João Batista, ao ser visitada por Maria: “bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre (Lc 1, 42). A segunda parte, composta em tempos imemoriais pela piedade popular, ressalta a santidade de Maria, sua maternidade divina (em oposição a uma heresia que grassou entre os cristãos), e o pedido de intercessão durante a vida e na hora da morte.  
Ave, Maria, cheia de graça,
o Senhor é convosco,
bendita sois vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, mãe de Deus,
rogai por nós, pecadores,
agora e na hora da nossa morte.
Amém.
  Em Loreto, na Itália, encontra-se a casa da Sagrada Família originalmente edificada em Nazaré, na Galiléia, e milagrosamente transladada por anjos. Nela pode-se ler uma inscrição em latim, cuja tradução é “aqui o Verbo se fez carne”, o que se refere ao milagre da maternidade divina ocorrido na Anunciação quando Maria assentiu: “faça-se em mim segundo a tua palavra”.   A Ave Maria é provavelmente a oração mais rezada em todo o mundo cristão, e a ela são associados inúmeros milagres, não apenas os que são eternizados pelos registros escritos mas principalmente os que ocorrem no dia-a-dia de cada fiel.   Efeito protetor da saudação a Maria   Um cavaleiro, cujo castelo ficava junto a uma estrada, espoliava sem piedade os transeuntes, mas cotidianamente saudava a Virgem Mãe de Deus, e nunca se passava um dia sem que ele realizasse a saudação. Certo dia um santo religioso passou por ali e o cavaleiro mandou que o espoliassem, mas o santo homem rogou aos assaltantes que o conduzissem até seu senhor porque tinha certos segredos a lhe comunicar. Levado diante do guerreiro, pediu-lhe que reunisse todas as pessoas da sua família e de seu castelo para lhes pregar a palavra de Deus.   Quando todos estavam reunidos, o religioso disse: "Não estão todos aqui: ainda falta alguém". Como lhe assegurassem de que todos já estavam ali, ele insistiu: "Olhem bem, e verão que falta alguém". Então um deles percebeu que o camareiro não viera. O religioso disse: "Sim, é ele quem está faltando". Logo mandaram buscá-lo, mas ao ver o homem de Deus ele virava os olhos de forma horrível, agitava a cabeça como louco e não ousava aproximar-se. O santo homem falou: "Eu te conjuro, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, a nos dizer quem és e a revelar diante de todos o motivo de ter vindo aqui". E o camareiro respondeu:  
"Ai de mim! É por ter sido conjurado e forçado que revelo que não sou um homem, mas um demônio que tomou o aspecto humano, permanecendo assim catorze anos sob este senhor. Nosso príncipe mandou-me aqui para observar com atenção o dia em que ele não viesse a recitar a saudação à sua Maria, a fim de então me apoderar dele e estrangulá-lo sem demora, pois morrendo sob o efeito de suas ações más ele seria nosso. Mas como todos os dias ele dizia a saudação, não pude exercer poder sobre ele. Dia após dia eu o vigio com cuidado, e ele não passou sequer um dia sem saudá-la".
  Ouvindo isso, o cavaleiro foi tomado de grande pavor, jogou-se aos pés do homem de Deus, pediu perdão, e a partir desse dia mudou seu modo de viver. O santo homem disse ao demônio: "Eu te ordeno, demônio, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, sai daqui e nunca mais vá a um lugar onde alguém invoque a gloriosa mãe de Deus". Imediatamente o demônio desapareceu, e com respeito e gratidão o cavaleiro deixou o santo homem partir.