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segunda-feira, 22 de julho de 2013

O Tratado da Verdadeira Devoção a Maria (159-167)

IV. Caminho Seguro

159. Esta Devoção à Santíssima Virgem é um caminho seguro para ir a Jesus Cristo e alcançar a perfeição, unindo-nos a Ele.
1º. Porque esta prática de Devoção que ensino não é de modo algum nova. Como afirma M. Boudon, falecido há pouco em odor de santidade, numa obra que escreveu sobre esta Devoção, ela é tão antiga que não se lhe pode marcar com precisão o início. É certo, no entanto, que há mais de 700 anos se encontram vestígios dela na Igreja. Santo Odilão, abade de Cluny, que viveu cerca do ano de 1040, foi um dos primeiros a praticar publicamente esta Devoção na França, como se vê na sua vida. O Cardeal Pedro Damião refere que no ano de 1016 o bem-aventurado Marinho, seu irmão, se fez escravo da Santíssima Virgem, na presença do seu diretor e duma maneira muito edificante: pôs uma corda ao pescoço, tomou a disciplina, e colocou sobre o altar uma soma de prata, como sinal da sua dedicação e consagração à Santíssima Virgem. Manteve- se tão fiel a este ato durante toda a vida que mereceu, na hora da morte, ser visitado e consolado pela sua amável Soberana, e receber dos Seus lábios a promessa do paraíso, como recompensa dos seus serviços. Cesário Bolando faz menção dum ilustre cavaleiro, Valter de Birbak, parente próximo dos duques de Lovaina, que, por volta de 1300, fez esta consagração de si mesmo à Santíssima Virgem. A mesma Devoção foi praticada por muitos particulares até o século XVII, em que se tornou pública.

160. O Padre Simão de Roias, da Ordem da Trindade, também chamada da Redenção dos Cativos, pregador do rei Filipe III, pôs em voga esta Devoção em toda a Espanha e na Alemanha. Obteve de Gregório XV, a instâncias de Filipe III, grandes indulgências para todos aqueles que a praticassem. O Padre de Los Rios, da Ordem de Santo Agostinho, aplicou-se com o Padre de Roias, seu íntimo amigo, a difundir esta Devoção, por meio de seus escritos e pregações, na Espanha e na Alemanha. Compôs um grosso volume intitulado “Hierarchia Mariana”, em que trata, com tanta piedade e erudição, da antiguidade, excelência e solidez desta Devoção.

161. No século passado, os Reverendos Padres Teatinos estabeleceram esta Devoção na Itália, na Sicília e na Sabóia. O Padre Estanislau Falácio, da Companhia de Jesus, promoveu maravilhosamente esta Devoção na Polônia. O Padre de Los Rios, no livro já citado, refere o nome dos príncipes, princesas, duques e cardeais, de vários reinos, que abraçaram esta Devoção. O Padre Cornélio a Lápide, tão louvável por sua piedade como por sua profunda ciência, foi encarregado, por diversos bispos e teólogos, de examinar esta Devoção. Depois de maduro exame teceu-lhe louvores dignos da sua piedade, no que foi seguido por muitas outras grandes personalidades. Os Reverendíssimos Padres Jesuítas, sempre zelosos no serviço da Santíssima Virgem, apresentaram ao duque Fernando de Baviera, então Arcebispo de Colônia, em nome dos congregacionistas da mesma cidade, um pequeno tratado sobre a dita Devoção. Aquele prelado deu-lhe a sua aprovação e a licença de o imprimir, e exortou todos os párocos e religiosos da sua diocese a propagar esta sólida Devoção, na medida das suas forças.

162. O Cardeal de Bérulle, cuja memória é abençoada em toda a França, foi um dos mais zelosos em espalhar a mesma Devoção neste país, apesar de todas as calúnias e perseguições que lhe levantaram os críticos e os libertinos. Acusaram-no de inovação e de superstição. Escreveram e publicaram contra ele um folheto difamatório e serviram-se, (ou antes, fê-lo o demônio por intermédio deles), de mil estratagemas para o impedir de propagar esta Devoção na França. Mas este grande e santo homem respondeu às calúnias só com a sua paciência, e às objeções, contidas no referido libelo, com um pequeno escrito em que as refuta vigorosamente. Nesse escrito mostra como esta Devoção se funda no exemplo de Jesus Cristo, nas nossas obrigações para com Ele e nas promessas que fizemos no Batismo. É particularmente com esta última razão que fecha a boca aos seus adversários. Faz-lhes ver que esta consagração à Santíssima Virgem e, por suas mãos, a Jesus Cristo, não é mais que a perfeita renovação das promessas do Batismo. Diz coisas muito belas sobre esta prática, como se poderá ver nas suas obras.

163. O livro de M. Boudon, já citado (n. 159), refere os nomes dos diversos Papas que aprovaram esta Devoção, os teólogos que a examinaram, as perseguições que suportou e venceu, e os milhares de pessoas que a abraçaram, sem que jamais Papa algum a tenha condenado. Nem seria possível fazê-lo sem derrubar os próprios fundamentos do Cristianismo. Consta, pois, que esta Devoção não é nova. E se não é muito comum, é por ser preciosa demais para ser apreciada e praticada por todo o mundo.

164. 2º. Esta Devoção é um meio seguro para ir a Jesus Cristo, porque é próprio da Santíssima Virgem conduzir-nos com segurança a Ele, como é próprio de Jesus conduzir-nos seguramente ao Eterno Pai. E que os espirituais não caiam no erro de pensar que Maria seja um impedimento para chegar à união divina. Seria possível que Aquela que achou graça diante de Deus, para todos em geral e para cada um em particular, fosse obstáculo a uma alma para encontrar a grande graça da união com Deus? Seria possível que Maria pudesse impedir uma alma de se unir perfeitamente a Deus, visto que Ela foi cheia e superabundou em graças, e que viveu tão unida e transformada em Deus que Ele teve de se encarnar n'Ela? É bem verdade que a visão de outras criaturas, embora santas, poderia talvez retardar a união divina em certas circunstâncias, mas jamais Maria, como já disse e não me cansarei de repetir. Uma das razões porque tão poucas almas atingem a plenitude da idade de Jesus Cristo é que Maria, que é, hoje como sempre, a Mãe do Filho e a Esposa fecunda do Espírito Santo, não está suficientemente formada nos corações. Quem deseja possuir o fruto bem maduro e formado deve ter a árvore que o produz. Quem deseja o fruto de vida, Jesus Cristo, deve ter a árvore de vida, que é Maria. Quem quer ter em si a ação do Espírito Santo, deve ter a sua fiel e indissolúvel Esposa, Maria Santíssima, que o torna fértil e fecundo, como já dissemos noutro lugar (nn. 20-21). 

165. Estejamos, portanto, certos de que quanto mais presente tivermos Maria nas nossas orações, contemplações, ações e sofrimentos - se não puder ser de um modo distinto e preceptível, que seja pelo menos de uma maneira geral e implícita, tanto mais perfeitamente encontraremos Jesus Cristo. Ele está sempre em Maria, grande, poderoso, operante e incompreensível, mais que no Céu ou em qualquer outra criatura do universo. Assim, Maria Santíssima, toda mergulhada em Deus, está bem longe de se tornar um obstáculo para os perfeitos chegarem à união com Deus. Aliás, é todo o contrário: não houve até hoje nem jamais haverá criatura alguma que nos ajude mais eficazmente nesta grande obra, seja pelas graças que para este efeito nos comunica - pois como diz um santo, “ninguém é cheio do pensamento de Deus senão por Ti”, seja por garantir-nos contra o espírito maligno em suas ilusões e trapaças.

166. Lá onde está Maria, não pode estar o espírito maligno. Um dos sinais infalíveis de que uma alma é conduzida pelo bom espírito é que possua uma grande Devoção a Maria, e que pense e fale n'Ela. É esta a opinião dum santo, que acrescenta que assim como a respiração é um sinal certo de que o corpo não está morto, assim o pensamento frequente e a amorosa invocação de Maria é a prova de que a alma não está morta pelo pecado.

167. Diz a Igreja, e o Espírito Santo que a conduz, que “só Maria esmagou todas as heresias deste mundo”. Por isso um fiel devoto de Maria nunca cairá na heresia ou na ilusão, pelo menos formalmente, por mais que os críticos resmunguem. Poderá sim errar materialmente, tomar por verdade uma mentira e por bom o espírito maligno, ainda que mais dificilmente que qualquer outra pessoa. Mas, mais cedo ou mais tarde, conhecerá a sua falta e o seu erro material, e quando o conhecer não se obstinará de forma alguma em crer ou sustentar o que tinha julgado verdadeiro.

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