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Povo de Deus, este Blog tem a intencão de divulgar a devoção a Nossa Senhora da Rosa Mística. Que Maria abençoe a todos com suas graças e muitos dons para podermos evangelizar e colocar no caminho da salvação nossos irmãos queridos.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

O Tratado da Verdadeira Devoção a Maria (146-150)

II. Maria purifica as nossas boas obras

 
146. Como nesta Devoção entregamos a Nosso Senhor, pelas mãos de sua Santa Mãe, todas as nossas boas obras, esta amável Senhora purifica-as, embeleza-as e fá-las aceitáveis para o seu Filho.
1º. Ela os purifica de toda a sujeira do amor próprio e do apego imperceptível à criatura, que estão insensivelmente nas melhores ações. E como as mãos da Santíssima Virgem, nunca manchadas nem ociosas, purificam tudo aquilo em que tocam, estas mãos tão puras e fecundas tiram do presente que lhe fazemos tudo o que tiver de estragado ou de imperfeito.
 
147. 2º. Ela as embeleza e adorna com Seus méritos e virtudes. É como se um camponês, querendo ganhar a amizade e benevolência do rei, fosse ter com a rainha e lhe entregasse uma maçã, que constituísse toda a sua fortuna, a fim de que ela a apresentasse ao rei. A rainha, depois de recebida a pobre e pequena oferta do camponês, poria essa maçã numa grande e bela bandeja de ouro oferecendo-a assim ao rei, em nome do camponês. E desde então a maçã - por si mesma indigna de ser apresentada a um rei -, torna-se digna de sua majestade, em atenção à bandeja de ouro e à pessoa que a presenteia.
 
148. 3º. Ela apresenta essas boas obras a Jesus Cristo, pois nada reserva para si do que lhe dão, como se fosse fim, mas tudo remete fielmente a Jesus. O que se lhe dá, dá-se necessariamente a Jesus. Se a louvam e glorificam, Ela louva e glorifica Jesus. Quando a louvam e bendizem, a Santíssima Virgem canta, como outrora ao ser louvada por Santa Isabel: “A minha alma glorifica o Senhor” (Lc 1,46).
 
149. 4º. Ela faz que Jesus aceite essas boas obras, por menores e mais pobres que sejam, enquanto presente para este Santo dos santos e Rei dos reis. Quando alguém apresenta a Jesus alguma coisa em seu próprio nome e apoiado na sua habilidade e disposição pessoais, Jesus examina o dom, e, frequentemente, rejeita-o, por causa da sujeira que contraiu pelo amor próprio, tal como outrora rejeitou os sacrifícios dos judeus, repletos que eram de vontade própria (Hb 10, 5-7). Mas quando se lhe apresenta alguma coisa pelas mãos puras e virginais da sua bem amada Mãe, toca-se-lhe no ponto fraco, se me é lícito empregar esta expressão. Ele já não considera tanto o que se lhe dá, como a sua boa Mãe, que lho apresenta. Não olha tanto para donde lhe vem esse presente, como para Aquela por quem o recebe. Assim Maria, que jamais é rejeitada, e é sempre bem acolhida por seu Filho, faz que sua Majestade receba com agrado tudo quanto lhe apresenta, seja grande ou pequeno. Basta que Maria a apresente, para que Jesus receba e aceite. Era o grande conselho que São Bernardo dava àqueles que conduzia à perfeição: “Quando quiserdes oferecer alguma coisa a Deus, tende cuidado de a oferecer pelas mãos muito agradáveis e muito dignas de Maria, se não quiserdes ser repelidos”.
 
150. Não é isto mesmo o que a própria natureza inspira aos pequenos em relação aos grandes, como já vimos? Por que a graça não nos levaria a fazer o mesmo em relação a Deus, que está infinitamente acima de nós, e diante de quem somos menos que um átomo? Temos, além do mais, uma advogada tão poderosa que nunca é repelida, tão hábil que conhece todos os segredos para ganhar o Coração de Deus, tão boa e caridosa que não repele ninguém, por pequeno ou mau que seja. Mais adiante mostrarei, na história de Rebeca e Jacó, a verdadeira prefigura das verdades que menciono.

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